quarta-feira, 31 de julho de 2013

FOLHA DE TAMANDARÉ, nº 768, 9-15/04/2013.

O Patrono Almirante Tamandaré

O gaúcho da localidade de Rio Grande de São Pedro do Sul (atual São José do Norte) oficial da Marinha Imperial Joaquim Marques Lisboa recebeu o apelido de Tamandaré, em virtude do título nobiliárquico dado em 14 de março 1860, que lhe conferia a denominação de Barão de Tamandaré. Sendo esta uma homenagem de D. Pedro II ao Almirante Joaquim Marques de Lisboa, que relembra com esta, o lugar em que com bravura, havia tombado o irmão do Almirante, o Major Manoel Marques de Lisboa, quando este chefiava a defesa do porto de Tamandaré, na costa pernambucana, em 1824.

A história de seu apelido teve gênese quando o Imperador esteve em visita a Pernambuco em 02 de julho de 1857, onde foi acompanhado pelo então Comandante Joaquim Marques Lisboa que comandava a Divisão que acompanharia o Imperador na sua visita às províncias do Nordeste (Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Paraíba).

Foi na visita à localidade de Tamandaré (Pernambuco), um dos centros da reação contra os holandeses. Que, no cemitério, ao lado da Igreja de Santo Inácio, estava enterrado o irmão do Comandante, o Major Manoel Marques Lisboa. Foi neste instante que o então Comandante Joaquim Marques Lisboa pediu permissão ao Imperador, para transportar os despojos do irmão para a capital imperial. Dom Pedro II não só concedeu, como determinou que a translação fosse feita com as honras militares, correspondente ao posto que o homenageado possuía na revolução. 

Em seu histórico currículo o “Velho Marujo” participou nas lutas da guerra da Independência do Brasil na Bahia, da Confederação do Equador e da repressão às revoltas ocorridas durante o Período Regencial: a Cabanagem, a Sabinada, a  Farroupilha, a Balaiada e a Praieira. No plano externo, participou da Guerra contra Oribe e Rosas e, com a eclosão da Guerra do Paraguai, comandou as forças navais em operação na bacia do Rio da Prata, em apoio à batalha do Passo da Pátria, à batalha de Curuzu e à batalha de Curupaiti.

Nasceu em 13 de dezembro de 1807, e em sua homenagem é comemorada nesta data o Dia do Marinheiro. Foi Barão, Visconde, Conde e por fim Marques. Faleceu aos 89 anos, em 20 de março de 1897. Pelos seus feitos, lhe é prestado homenagens diversas entre elas: Patrono da Marinha do Brasil, nomes de cidades (Almirante Tamandaré-PR; Almirante Tamandaré do Sul-RS e Tamandaré-PE), Biblioteca Municipal Almirante Tamandaré em Marabá-PA. Além de homenagens icnográficas (moedas, livros, estátuas,...). 
O busto do Almirante Tamandaré presente em frente a Prefeitura Municipal, foi doado pela Capitânia dos Portos do Rio Paraná em 15 de setembro de 1986 nas solenidades de inauguração do prédio da Prefeitura/Foto: Antonio Kotoviski Filho, janeiro de 2012.

Antonio Ilson Kotoviski Filho é professor de História, Bacharel em História, Especialista em História do Brasil, Mestre em Ciências da Educação, Bacharel em Direito, historiador e poeta.

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