terça-feira, 3 de dezembro de 2013

CARACTERÍSTICAS GEOLÓGICAS E GEOMORFOLÓGICAS DE ALMIRANTE TAMANDARÉ-PR


A história geológica da região onde se encontra o território de Almirante Tamandaré tem gênese em um passado muito longínquo, em tempos onde a vida se ensaiava a aparecer no planeta Terra e o continente africano estava há um pouco mais de 130 quilômetros da sede do município. A partir das informações de Adalberto Scortegagna, p. 29 foi provavelmente no final da Era Geológica denominada de Pré-Cambriano no Éon da Proterozoica que supostamente a base fundamental do relevo do Primeiro Planalto Paranaense onde se encontra o território tamandareense se formou.
No que tange o informativo da Mineropar Sítio Geológico/O Karst e a Formação Capiru/As rochas de Almirante Tamandaré é informado “que a região de Almirante Tamandaré e do Circuito da Natureza, já foi mar. Um mar que existiu há 1 bilhão de anos, quando a distribuição dos continentes era muito diferente da atual. Difícil imaginar como era a paisagem, porém com certeza havia praias com areias, rios chegando ao mar, sedimentos de fundo do mar e recifes. Com o passar do tempo estes sedimentos os consolidaram e viraram rochas, inicialmente sedimentares (as areias viraram arenitos) e depois com os esforços originados pelos movimentos da Terra elas se transformaram em rochas metamórficas (o arenito se transformou em quartzito). Hoje as rochas originadas neste antigo ambiente são colocadas na Formação Capiru, um termo geológico para agrupar as rochas que tem uma mesma posição no espaço, no tempo de origem”.
Em relevância a este contexto, as características físicas que se apresentam em grande parte do seu território se dispõem sobre um relevo ondulado e montanhoso, com grandes desníveis altimétricos, pois o mesmo se encontra a 950 metros de altitude em relação ao Oceano Atlântico, sendo seu ponto culminante localizado no Bairro do Morro Azul junto às coordenadas 25º16’41.83”S e 49°19’34.72”O alcança 1.217 metros. Ele desenvolveu-se orientado por uma sucessão de espigões alongados e vales em “V” profundos (espigões separados por pequenas planícies e vales alongados).
Pelo fato do território tamandareense estar localizado junto ao Primeiro Planalto Paranaense carrega diversas semelhanças dele, visto que o mesmo é caracterizado pela presença de relevo colonizo e pode ser dividido em duas subzonas distintas, uma exibe aspectos de Mar-de-Morros, relacionados às rochas magmáticas; a outra exibe colinas mais alongadas, com topos mais suaves.
O terreno da cidade é na maior totalidade formado por solo de cambissolos, e uma pequena porção é de podzólica vermelho-amarelada, mais especificadamente, é predominante as seguintes classes de solo, segundo informa Pedro Martim Kokuszka em sua obra “Nos Rastros dos Imigrantes Poloneses”, p. 155: “Ca5 – Cambissolo Álico Tb A proeminente textura argilosa; Lva 13 – Associação Latossolo Vermelho Amarelo Álico relevo ondulado + cambissolo Álico Tb textura argilosa; PE4 – Podzólico Vermelho-Amarelo Tb textura média argilosa, relevo forte ondulado e montanhoso; PV6 – Podzólico Vermelho-Amarelo Álico Tb, textura média argilosa, relevo suave ondulado e ondulado; Led3-Latossolo Vermelho-Distrófico textura argilosa, relevo suave ondulado.
No contexto das informações presentes no “Inventário turístico municipal de Almirante Tamandaré – Paraná” elaborado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Turismo, p. 16, o terreno da região de Almirante Tamandaré está assentado predominantemente sobre rochas calcárias com alto poder de dissolução, sendo comum nessas áreas notória presença de dolinas (depressões por subsistência de solo), sumidouros, ressurgências e cavernas típicas de terrenos cársticos. Ocorrem muitas lavras (pedreiras) que exploram as rochas calcárias (dolomíticas e calcíticas).

Relacionado às informações mencionadas, o “Inventário turístico municipal de Almirante Tamandaré – Paraná” cita que em Almirante Tamandaré são encontradas duas unidades geológicas: Complexo Atuba ou Embasamento Cristalino, que abrange 7,17% do município, encontrado em sua parte sul; e o Grupo Açungui, que abrange 92,83% da área formando o aquífero karst (carste).

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